Ensino doméstico é...

Ir ter com amigos à terça, ir brincar à praia e ver o pôr do sol à quarta, acordar quando já não temos sono, adormecer quando estamos cansados - seja a meio da tarde para uma sesta, seja à meia noite porque o que estávamos a fazer era demasiado interessante para parar, é saber os planetas do sistema solar aos 4 anos (e aos 6 e aos 8 e aos 9 e alguns aos 2), é fazer textos sobre dragões, é fazer trabalhos escolares ao sábado ou ao domingo (ou outro dia qualquer) ou às 9h ou às 19h, é ler 2 horas seguidas do livro que tanto estamos a gostar, é fazer atividades que gostamos mesmo que não seja do nosso ano escolar, é subir às árvores às 10h ou ou às 14h ou quando apetecer, é apanhar tomates para fazer a salada do almoço, é ir ao wc sem ter de pedir a ninguém, é fazer voluntariado ou desporto a horas que mal se vêem crianças na rua, é ir ao pão sem adultos às 10h, é aproveitar para sair e brincar na rua quando está sol, é poder estudar sobre o que gostamos mesmo que seja um assunto que na escola só é abordado vários anos depois, é poder resolver fichas deitado no chão, é ouvir histórias, é ir à biblioteca e vir carregadinhos de livros, é desenhar poemas e cantar meses do ano, é...

Verão?!?

Acho que não devia ter arrumado a roupa de inverno... O S. Pedro anda um tanto ou quanto baralhado ou está xéxé que já nem acerta com as estações.

Personalidades e Feira do Livro

O mais velho viu vários livros que lhe chamaram a atenção, desde livros do Gerónimo Stilton a um das Sete Maravilhas do Mundo Antigo (para adultos), com tanta oferta e com o dinheiro contado optou por uma experiência de DNA para ainda lhe sobrar dinheiro.

A mais velha logo ao início viu um livro de Poesia Grega que disse que queria comprar, pois queria estudar poesia grega! Como ainda era carote sugeri que visse o resto da feira e que se mesmo assim fosse isso que quisesse comprar que lá voltariamos na hora H pois sairia a metade do preço. Não pediu mais livro nenhum, teve de levar uns ralhetes pelo caminho por não ligar quando a chamo e por se armar em mãezinha dos irmãos (coisa habitual) e às 22h lá fomos comprar o livro escolhido. Chegou à banca, pediu (a senhora ainda se lembrava dela, deve ter sido a única menina de 8 anos que alguma vez quis comprar aquele livro), pagou e no fim disse baixinho à senhora para fechar o saco com fita cola. À meia-noite, meu aniversário, ofereceu-mo <3.

O do meio iniciou o passeio a dizer que se tinha esquecido da carteira e que por isso não iria comprar nada, não pediu nada e aproveitou cada bocadinho que conseguia para espreitar  o ecrã gigante e ver o jogo do Brasil.

A mais nova passou 40% do tempo a fazer birras, metade das vezes nem sei bem porquê. Assim que viu o livro da Porquinha Peppa na piscina disse que queria aquele - berrou pois está claro, até o comprarmos, não o largou o resto do passeio e não pediu mais nada.

O mais novo portou-se impecavelmente bem. Anda numa fase muito gira em que tudo o que vê parece que vê pela primeira vez e faz uma grande festa: "Óia o ivo!!" "Óia o cão!!" "Óia o bebé!!". Dançou, brincou, correu, comeu, conversou, bem disposto até ao fim.

Roupa

Quando muda a estação à que "arquivar" as roupas que já não servem, passar para o seguinte o que dá, procurar nos "arquivos" roupa e sapatos adequados à estação que sirvam, arrumar o que irá servir na próxima estação mas não é adequado para agora, lavar o que estava guardado, secar, dobrar e arrumar. Ora enquanto isso, a roupa do dia-a-dia não deixa de ter de ser tratada também, o bebé não deixa de sujar duas mudas de roupa ou mais, o calor pede quintal e quintal significa mais roupa suja, passeios e praia, ...

Quando tinha a roupa de inverno em dia, chegou o calor, agora tenho novamente molhos de roupa pelo chão à espera da sua vez de ser lavados, para passarem para os molhos de roupa lavada e seca à espera de ser dobrados, para passarem para o monte das roupas dobradas, que se tiverem sorte chegarão às gavetas. Ou o calor dura mais que o frio ou acho que nunca terei a roupa em dia mais de uma semana :p

O Coelhinho Tremeliques

A semana passada o mais velho foi buscar um livro para ler, para os seus (pelo menos) 30 minutos de leitura  diários. Quando a pequenina o apanhou não o largou durante bastante tempo, entretida a ver as magníficas ilustrações. O livro tem, além de umas ilustrações giríssimas, uma história muito bonita sobre a adoção de um coelhinho por uma vaca e um cavalo (e atendendo às noticias das carnes, bastante atual também, hihihi).

É daqueles livros que todas as crianças deviam ter o privilégio de lhes ser lido.

"Tremeliques, um jovem coelhinho, acaba de descobrir que os seus pais, a vaca Mil-Folhas e o cavalo Caniço, não são seus pais biológicos. A sua reacção não é a melhor, mas, no fim, todos percebem que para pertencer a uma família não é preciso ter nascido da barriga da mãe. Uma história comovente, que, de forma ternurenta e sensível, quebra barreiras para abordar um tema da vida real."

Vantagens do Ensino Doméstico #2

Quando o tempo está muito desagradável, como foi o caso de ontem, não precisamos de sair de casa.
A não ser que a mãe tenha a excelente ideia de escolher esse mesmo dia para ir entregar as avaliações à escola e queira aproveitar para levar os miúdos (mais) crescidos para conhecer os meninos da turma...

Domingo

Acordou às 7 e foi comigo para o seu jogo de hóquei, daí saiu direto para o jogo do irmão onde dividiu o tempo entre brincar e ver o irmão a jogar, almoçou rápido e foi para uma festa de anos. Regressou a casa às 21, às 21:30 digo que tem de ir para a cama e a resposta que me deu foi: "Mas ainda não brinquei nada...". Como é que é possível?!